| Portugal.


    Evidentemente, Portugal não escapou à crise. No nosso país esta haveria de ter um impacto mais desastroso do que na maioria da UE. Portugal já detinha uma dívida pública de 72% do PIB em 2007, e desde o início do século que já enfrentava crescentes taxas de desemprego e estagnação económica.

    Em 2009, o XVIII Governo Constitucional de José Sócrates, líder do PS, implementa medidas para fomentar o emprego e, consequentemente, a economia, destaco o investimento em obras públicas e o aumento salarial dos funcionários públicos. Todavia, inevitavelmente, sendo Portugal um país altamente dependente do financiamento estrangeiro e afundado numa crise catastrófica, seriam necessários cortes nas despesas para recuperar a confiança dos investidores no país. Em março de 2010 foram anunciadas as primeiras resoluções visando a redução dos gastos públicos, seguindo-se posteriormente de novos cortes e aumentos de impostos.

    Tanto a Grécia como a Irlanda pediram a ajuda da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu e do Fundo Monetário Internacional no mesmo ano, grupo que ficou conhecido como troika. As medidas de José Sócrates para reduzir as despesas públicas fizeram parte de um plano para evitar a todo custo a entrada da troika em Portugal, como tal os mercados financeiros continuaram a depositar confiança na recuperação do país. 

   Contudo, com o chumbo de um novo pacote de austeridade no Parlamento- o Plano de Estabilidade e Crescimento IV -, o então primeiro-ministro envia ao Presidente da República a sua carta de demissão e eleições legislativas antecipadas são convocadas. 

   As consequências de tal ato foram brutais.

   Após a sinalização de instabilidade política, resultante da demissão de Sócrates, Portugal caiu bruscamente nas avaliações das agências de notação financeira e, sem ritmos de crescimento que permitissem antever uma capacidade para pagar a dívida sua pública, os juros da dívida em mercado secundário escalaram, levando a que também as emissões de dívida do Estado fossem feitas a montantes muito elevados.  


   Assim, José Sócrates não conseguiu mais escapar ao inevitável e, na noite de 6 de abril de 2011, anuncia aos Portugueses que acabara de solicitar à Comissão Europeia um pedido de assistência financeira, materializada por um pacote de 78 mil milhões de euros.

   Até 2014, o país cumpre um rigoroso programa de contenção orçamental ditado pelo FMI, pelo BCE e pela União Europeia - a chamada troika. Entretanto, os Portugueses viveram tempos difíceis, verificando-se a falência de empresas e instituições bancárias, a subida do desemprego, a degradação da qualidade de vida e o crescimento da emigração.

Joana Matos
Concurso EUStory 2021 - XIV Edição

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